TODOS OS SANTOS E SANTAS Branco, Glória, Creio, Prefácio Próprio Ofício da Solenidade
03 de Novembro de 2019
Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando a festa de todos os Santos. Conosco alegram-se os anjos e glorificam o Filho de Deus.
Deus eterno e todo-poderoso, que nos dais celebrar numa só festa os méritos de todos os santos, concedei-nos, por intercessores tão numerosos, a plenitude da vossa misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura do livro do Apocalipse de são João.
7 2 Vi ainda outro anjo subir do oriente; trazia o selo de Deus vivo, e pôs-se a clamar com voz retumbante aos quatro Anjos, aos quais fora dado danificar a terra e o mar, dizendo:
3 Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos assinalado os servos de nosso Deus em suas frontes.
4 Ouvi então o número dos assinalados: cento e quarenta e quatro mil assinalados, de toda tribo dos filhos de Israel;
9 Depois disso, vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de toda nação, tribo, povo e língua: conservavam-se em pé diante do trono e diante do Cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão,
10 e bradavam em alta voz: "A salvação é obra de nosso Deus, que está assentado no trono, e do Cordeiro".
11 E todos os Anjos estavam ao redor do trono, dos Anciãos e dos quatro Animais; prostravam-se de face em terra diante do trono e adoravam a Deus, dizendo:
12 "Amém, louvor, glória, sabedoria, ação de graças, honra, poder e força ao nosso Deus pelos séculos dos séculos! Amém".
13 Então um dos Anciãos falou comigo e perguntou-me: "Esses, que estão revestidos de vestes brancas, quem são e de onde vêm?"
14 Respondi-lhe: "Meu Senhor, tu o sabes". E ele me disse: "Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro".
Palavra do Senhor.
É assim a geração dos que procuram o Senhor!
Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra,
o mundo inteiro com os seres que o povoam;
porque ele a tornou firme sobre os mares
e, sobre as águas, a mantém inabalável.
"Quem subirá até o monte do Senhor,
quem ficará em sua santa habitação?"
"Quem tem mãos puras e inocente coração,
quem não dirige sua mente para o crime.
Sobre este desce a bênção do Senhor
e a recompensa de seu Deus e salvador."
"É assim a geração dos que o procuram
e do Deus de Israel buscam a face."
Leitura da primeira carta de são João.
3 1 Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu.
2 Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é.
3 E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro.
Palavra do Senhor.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vinde a mim, todos vós que estais cansados e penais a carregar pesado fardo, e descanso eu vos darei, diz o Senhor (Mt 11,28).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
5 1 Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele.
2 Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:
3 "Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!
4 Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
5 Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
8 Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
9 Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
10 Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!
11 Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.
12 Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós".
Palavra da Salvação.
ENTREGUES NAS MÃOS DO SENHOR
A santidade não é um artigo de luxo reservado a um grupo de privilegiados. É um ideal para o qual todos os cristãos devem tender, independentemente de sua condição social ou eclesial. Como ninguém é excluído, também ninguém pode eximir-se de dar sua resposta a este apelo divino. O importante é ter uma visão correta da santidade, para se evitar esmorecimentos diante de concepções falsas, e também para não ir atrás de um projeto de santidade incompatível com a proposta de Jesus.
O Evangelho entende a santidade como a capacidade de entregar-se totalmente nas mãos do Pai, de quem tudo se espera e em nome de quem se age em favor do semelhante. Neste caso, santidade e bem-aventurança identificam-se.
A bem-aventurança dos pobres em espírito, dos mansos, dos aflitos e dos que têm fome e sede de justiça acontece quando as pessoas, nestas condições, contam apenas com o auxílio que vem de Deus. Seria inútil contar com as criaturas e esperar delas o socorro.
Por outro lado, também os misericordiosos, os puros de coração, os construtores de paz e os perseguidos por causa da justiça trilham um caminho de santidade. Sem uma profunda adesão a Deus e a seu Reino, jamais se disporiam a prestar ao próximo um serviço gratuito e desinteressado, e a escolher um projeto de vida em que os interesses pessoais passam para um segundo plano. A santidade, neste caso, consiste em imitar o modo divino de agir.
Oração
Pai, move-me pelo Espírito a trilhar o caminho da santidade, colocando minha vida em tuas mãos e buscando viver as bem-aventuranças proclamadas por teu Filho Jesus.
O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês.
Possam agradar-vos, ó Deus, as oferendas apresentadas em honra de todos os santos. Certos de que eles já alcançaram a imortalidade, esperamos sua intercessão contínua pela nossa salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
A Jerusalém Celeste
Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Festejamos hoje a cidade do céu, a Jerusalém do alto, nossa mãe, onde nossos irmãos, os santos, vos cercam e cantam eternamente o vosso louvor. Para essa cidade caminhamos pressurosos, peregrinando na penumbra da fé. Contemplamos alegres, na vossa luz, tantos membros da Igreja que nos dais como exemplo e intercessão. Enquanto esperamos a glória eterna, com os anjos e todos os santos, proclamamos vossa bondade, cantando (dizendo) a uma só voz...
Bem-aventurado os corações puros, porque eles verão a Deus. Bem-aventurados os que constroem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus (Mt 5,8ss).
Ao celebrarmos, ó Deus, todos os santos, nós vos adoramos e admiramos, porque só vós sois o Santo, e imploramos que a vossa graça nos santifique na plenitude do vosso amor, para que, desta mesa de peregrinos, passemos ao banquete do vosso reino. Por Cristo, nosso Senhor.
"Vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé diante do Trono e diante do Cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão." A visão narrada por são João Evangelista, no Apocalipse, fala dos santos aos quais é dedicado o dia de hoje. A Igreja de Cristo possui muitos santos canonizados e a quantidade de dias do calendário não permite que eles sejam homenageados com exclusividade. Além desses, a Igreja tem, também, muitos outros santos sem nome, que viveram no mundo silenciosamente e na nulidade, carregando com dignidade a sua cruz, sem nunca ter duvidado dos ensinamentos de Jesus. Enfim, santos são todos os que foram canonizados pela Igreja ao longo dos séculos e também os que não foram e nem sequer a Igreja conhece o nome e que nos precederam em vida na terra perseverando na fé em Cristo. Portanto, são mesmo multidões e multidões, porque para Deus não existe maior ou menor santidade. Ele ama todos do mesmo modo. O que vale é o nosso testemunho de fidelidade e amor na fé em seu Filho, o Cristo, e que somente Deus conhece. Como mesmo entre os canonizados muitos santos não têm um dia exclusivo para sua homenagem, a Igreja reverencia a lembrança de todos, até os sem nome, numa mesma data. A celebração começou no século III, na Igreja do Oriente, e ocorria no dia 13 de maio. A festa de Todos os Santos ocorreu pela primeira vez em Roma, no dia 13 de maio de 609, quando o papa Bonifácio IV transformou o Panteão, templo dedicado a todos os deuses pagãos do Olimpo, em uma igreja em honra à Virgem Maria e a Todos os Santos. A mudança do dia começou com o abade inglês Alcuíno de York, professor de Carlos Magno, perto do ano 800. Os pagãos celtas entendiam o dia 1o de novembro como um dia de comemoração que anunciava o início do inverno. Quando eles se convertiam, queriam continuar com a tradição da festa. Assim, a veneração de Todos os Santos lembrando os cristãos que morreram em estado de graça foi instituída no dia 1o de novembro. O papa Gregório IV, em 835, fixou e estendeu para toda a Igreja a comemoração em 1o de novembro. Oficialmente, a mudança do dia da festa de Todos os Santos, de 13 de maio para 1o de novembro, só foi decretada em 1475, pelo do papa Xisto IV. Mas o importante é que a solenidade de Todos os Santos enche de sentido a homenagem de Todos os Finados, que ocorre no dia seguinte.
Fonte: Portal Dom Total - Liturgia Diária