Liturgia Diária

SÃO BENTO ABADE E PAI DOS MONGES (Branco, Prefácio Comum ou dos Santos – Ofício da Memória)

11 de Julho de 2019

 

Antífona de Entrada

Senhor, porção de minha herança e minha taça, tendes em mãos o meu destino; coube-me por sorte a boa parte; sim, é bela a herança que me cabe! (Sl 15,5s).

 

Oração do dia

Ó Deus, que fizestes o abade são Bento preclaro mestre na escola do vosso serviço, concedei que, nada preferindo ao vosso amor, corramos de coração dilatado no caminho dos vossos mandamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

Leitura (Gênesis 44,18-21.23-29; 45,1-5)

Leitura do livro do Gênesis.
Naqueles dias, 44 18então Judá adiantou-se e disse a José: "Rogo-te, meu senhor, que permitas ao teu servo dizer uma palavra aos ouvidos do meu senhor, e não se acenda a tua ira contra o teu servo, porque tu és como o próprio faraó.
19Meu senhor havia perguntado aos seus servos: 'Tendes ainda vosso pai? Tendes um irmão?'
20E nós havíamos respondido ao meu senhor que tínhamos um velho pai e um irmãozinho, filho de sua velhice, do qual o irmão havia morrido; e que, como ele foi deixado o único de sua mãe, seu pai o amava.
21Disseste aos teus servos: 'Trazei-o para junto de mim, a fim de que o veja com meus olhos'.
23E disseste aos teus servos: 'Se vosso irmãozinho não vier convosco, não sereis admitidos na minha presença'.
24Quando voltamos para a casa do teu servo, nosso pai, referimos-lhe as palavras do meu senhor.
25E, quando nosso pai nos mandou voltar para comprar alguns víveres,
26respondemos-lhe: 'Não podemos descer. Mas, se nosso irmão mais novo nos acompanhar, fá-lo-emos, pois que não seremos admitidos na presença do governador, se nosso irmão não for conosco'.
27Teu servo, nosso pai, nos replicou: 'Sabeis que minha mulher me deu dois filhos.
28Um desapareceu de minha casa', e eu disse: 'Certamente foi devorado. E não mais o revi até hoje.
29Se me tirais ainda este, e lhe acontecer alguma desgraça, fareis descer os meus cabelos brancos à habitação dos mortos, sob o peso da dor'".
45 1Então José, já não se podendo conter diante de todos os assistentes, exclamou: "Fazei sair todo o mundo." Desse modo, ninguém ficou com ele, quando se deu a conhecer aos seus irmãos.
2Pôs-se a chorar tão alto que os egípcios da casa do faraó o ouviram.
3E disse aos seus irmãos: "Eu sou José! Meu pai vive ainda?" Mas não lhe puderam responder, porque estavam pasmados de se encontrar diante dele.
4"Aproximai-vos", disse-lhes ele; e eles aproximaram-se. E ele disse-lhes: "Eu sou José, vosso irmão, que vendestes para o Egito.
5Mas agora não vos entristeçais, nem tenhais remorsos de me ter vendido para ser conduzido aqui. É para vos conservar a vida que Deus me enviou adiante de vós".
Palavra do Senhor.

 

Salmo Responsorial 104/105

Lembrai as maravilhas do Senhor!

Mandou vir, então, a fome sobre a terra
e os privou de todo pão que os sustentava;
um homem enviara à sua frente,
José que foi vendido como escravo.

Apertaram os seus pés entre grilhões
e amarraram seu pescoço com correntes,
até que se cumprisse o que previra,
e a palavra do Senhor lhe deu razão.

Ordenou, então, o rei que o libertassem,
o soberano das nações mandou soltá-lo;
fez dele o senhor de sua casa
e, de todos os seus bens, o despenseiro.

 

Evangelho (Mateus 10,7-15)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Convertei-vos e crede no Evangelho, pois o reino de Deus está chegando! (Mc 1,15).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 10 7"Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus está próximo.
8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai!
9Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos,
10nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão; pois o operário merece o seu sustento.
11Nas cidades ou aldeias onde entrardes, informai-vos se há alguém ali digno de vos receber; ficai ali até a vossa partida.
12Entrando numa casa, saudai-a: 'Paz a esta casa'.
13Se aquela casa for digna, descerá sobre ela vossa paz; se, porém, não o for, vosso voto de paz retornará a vós.
14Se não vos receberem e não ouvirem vossas palavras, quando sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi até mesmo o pó de vossos pés.
15Em verdade vos digo: no dia do juízo haverá mais indulgência com Sodoma e Gomorra que com aquela cidade.
Palavra da Salvação.

 

Comentário ao Evangelho

IDE E PROCLAMAI 
Uma das tarefas dos apóstolos consistia em proclamar, aos quatro ventos, o anúncio da chegada do Reino. Finalmente realizavam-se as esperanças do povo.
E essa proclamação deveria ser feita com palavras, quanto com ações. Aliás, as ações próprias do Reino seriam a melhor prova da presença desta novidade, na história de Israel. Os gestos de curar doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos e expulsar os demônios provavam cabalmente a irrupção do Reino na história. Significavam que a vida humana fora recuperada no seu frescor original; fora libertada de todo tipo de escravidão; que o ser humano fora salvo da marginalização, tendo adquirido plenos direitos sociais e religiosos. Sobretudo, indicavam que finalmente Deus tinha a primazia sobre vida humana, livrando-a do poder da morte.
A gratuidade no ministério também seria um excelente testemunho de serviço ao Reino. Quem recebeu de graça, deve dar de graça, para fazer frente à tentação de acumular e querer impor-se pela riqueza. A falta de gratuidade pode levar o discípulo a tornar-se escravo do dinheiro, a ponto de esquecer-se da primazia de Deus e de seu Reino. Isto seria um contratestemunho.


Oração
Espírito que restaura a vida, faze de mim um arauto do Reino, colocando-me todo a serviço da libertação do meu próximo.


O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês.


Sobre as Oferendas

Ó Deus, olhai com bondade as oferendas que vos apresentamos na festa de hoje para que, procurando-vos, como são Bento, encontremos em vosso serviço os dons da unidade e da paz. Por Cristo, nosso Senhor.

 

Antífona da Comunhão

Em verdade vos digo, vós, que deixastes tudo e me seguistes, recebereis cem vezes mais e tereis como herança a vida eterna (Mt 19,27ss).

 

Depois da Comunhão

Tendo recebido o penhor da vida eterna, nós vos suplicamos, ó Deus, que, seguindo os ensinamentos de são Bento, vos sirvamos fielmente na oração e amemos os irmãos com caridade ardente. Por Cristo, nosso Senhor.

 

Santo do Dia / Comemoração (SÃO BENTO)

As informações sobre a vida de Bento nos foram transmitidas pelo seu biógrafo e contemporâneo, papa são Gregório Magno. No livro que enaltece o seu exemplo de santidade de vida, ele não registrou as datas de nascimento e morte. Assim, apenas recebemos da tradição cristã o relato de que Bento viveu entre os anos de 480 e 547. Bento nasceu na cidade de Nórcia, província de Perugia, na Itália. Pertencia à influente e nobre família Anícia e tinha uma irmã gêmea chamada Escolástica, também fundadora e santa da Igreja. Era ainda muito jovem quando foi enviado a Roma para aprender retórica e filosofia. No entanto, decepcionado com a vida mundana e superficial da cidade eterna, retirou-se para Enfide, hoje chamada de Affile. Levando uma vida ascética e reclusa, passou a se dedicar ao estudo da Bíblia e do cristianismo. Ainda não satisfeito, aos vinte anos isolou-se numa gruta do monte Subiaco, sob orientação espiritual de um velho monge da região chamado Romano. Assim viveu por três anos, na oração e na penitência, estudando muito. Depois, agregou-se aos monges de Vicovaro, que logo o elegeram seu prior. Mas a disciplina exigida por Bento era tão rígida, que esses monges indolentes tentaram envenená-lo. Segundo seu biógrafo, ele teria escapado porque, ao benzer o cálice que lhe fora oferecido, o mesmo se partiu em pedaços. Bento abandonou, então, o convento e, na companhia de mais alguns jovens, entre eles Plácido e Mauro, emigrou para Nápoles. Lá, no sopé do monte Cassino, onde antes fora um templo pagão, construiu o seu primeiro mosteiro. Era fechado dos quatro lados como uma fortaleza e aberto no alto como uma grande vasilha que recebia a luz do céu. O símbolo e emblema que escolheu foram a cruz e o arado, que passaram a ser o exemplo da vida católica dali em diante. As regras rígidas não poderiam ser mais simples: "Ora e trabalha". Acrescentando-se a esse lema "leia", pois, para Bento, a leitura devia ter um espaço especial na vida do monge, principalmente a das Sagradas Escrituras. Desse modo, estabelecia-se o ritmo da vida monástica: o justo equilíbrio, do corpo, da alma e do espírito, para manter o ser humano em comunhão com Deus. Ainda, registrou que o monge deve ser "não soberbo, não violento, não comilão, não dorminhoco, não preguiçoso, não detrator, não murmurador". A oração e o trabalho seriam o caminho para edificar espiritual e materialmente a nova sociedade sobre as ruínas do Império Romano que acabara definitivamente. Nesse período, tão crítico para o continente europeu, este monge tão simples, e por isto tão inspirado, propôs um novo modelo de homem: aquele que vive em completa união com Deus, através do seu próprio trabalho, fabricando os próprios instrumentos para lavrar a terra. A partir de Bento, criou-se uma rede monástica, que possibilitou o renascimento da Europa. Celebrado pela Igreja no dia 11 de julho, ele teria profetizado a morte de sua irmã e a própria. São Bento não foi o fundador do monaquismo cristão, que já existia havia três séculos no Oriente. Mas merece o título de "Pai do Monaquismo Ocidental", que ali só se estabeleceu graças às regras que ele elaborou para os seus monges, hoje chamados "beneditinos". Além disto, são Bento foi declarado patrono principal de toda a Europa pelo papa Paulo VI, em 1964, também com justa razão.

 

 

 

 

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