Papa Francisco: a indiferença com os pobres é um grande pecado

Por Gerard O'Connell

21 de Novembro de 2017

 

Na manhã deste sábado, 18 de Novembro, o Papa Francisco celebrou uma missa para cerca de 7.000 pobres na Basílica de São Pedro, no primeiro Dia Mundial dos Pobres.

 

Em seguida, juntou-se a 1.500 daqueles que participaram da missa para almoçar na sala de audiências do Vaticano, enquanto os milhares restantes foram atendidos em comunidades religiosas de toda a cidade.

 

A Basílica de São Pedro hospedou muitos eventos fantásticos, mas nunca um evento totalmente dedicado aos pobres. No final do Jubileu da Misericórdia, o Papa Francisco decretou que todos os anos, perto do fim do ano litúrgico da igreja, celebraremos como cristãos o Dia Mundial dos Pobres, este dia deve ser celebrado nas dioceses e igrejas em todo o mundo, porque "os pobres estão no coração do evangelho ".

 

"Se ainda aos olhos do mundo os pobres têm pouco valor, para nós são eles que nos abrem o caminho para o céu; eles são o nosso passaporte para o paraíso", disse o Papa Francisco em sua homilia. "Nos pobres, encontramos a presença de Jesus, que, embora rico, tornou-se pobre por nós".

 

A missa contou com a presença de pessoas pobres da Itália, a França, a Espanha, a Alemanha, a Polônia, bem como migrantes e refugiados de todo o mundo. Tony, um refugiado da Síria, fez uma das leituras na missa, enquanto um brasileiro e um peruano, que estão sendo assistidos por bolsas de estudo, leram duas das preces dos fiéis.

 

Doze menores de idade, alguns deles migrantes, serviram na Missa, enquanto uma família que vive em condições precárias, com uma filha de um ano de idade com fibrose cística, trouxe os presentes no ofertório. Também no ofertório, uma organização de caridade que providencia pão para os pobres todos os dias, trouxe uma quantidade de pão, que foi servido mais tarde no almoço com o Papa.

Francisco expressou a "alegria" de celebrar a Eucaristia - "o alimento para a jornada da vida" - com esses participantes. "Todos nós, sem exceção, precisamos disso", disse ele. "Porque todos nós somos mendigos quando se trata do essencial: o amor de Deus, que dá sentido as nossas vidas e a uma vida eterna".

 

Mais tarde, comentando a história evangélica de "os talentos", o Papa Francisco disse: "Façamos conta disso: nós temos talentos e aos olhos de Deus somos "talentosos". Consequentemente, ninguém pode pensar que uma pessoa ou outra é inútil, tão pobre que é incapaz de dar algo aos outros".

 

Ele disse aos presentes: "Deus, para quem nos seus olhos nenhum filho pode ser negligenciado, confia a cada um de nós uma missão". Ele nos dá talentos "para usar com sabedoria" e dar frutos. O Papa explicou que o Evangelho nos diz que o mestre "estava descontente" com aquele que não usava seu talento, mas o escondeu debaixo do chão - "o mal dele era o de não fazer o bem".

 

Um homem se aproximou e colocou uma bandana no Papa Francisco enquanto ele chegava para almoçar com os pobres na Sala Paulo VI depois de celebrar a missa marcando o primeiro Dia Mundial dos Pobres no Vaticano em 19 de novembro. Cerca de 1.200 pobres se juntaram ao Papa para a refeição.

 

O Evangelho nos diz que "aquele que acrescenta novos talentos é verdadeiramente" fiel "porque vê as coisas como Deus", afirmou o Papa. "Ele não fica quieto, mas, em vez disso, por amor, assume riscos. Ele coloca sua vida ao serviço dos outros; Ele não se contenta em manter as coisas como estão. Só uma coisa que passa por alto: seu próprio interesse. Essa é a única omissão certa".

O Papa Francisco declarou que "a omissão é também o grande pecado em que os pobres ficam mais afetados" e ele a chamou de "indiferença".

 

"Acontece quando dizemos: ‘Isso não me concerne; não é da minha conta; é um problema da sociedade’. Acontece quando nos afastamos de um irmão ou irmã necessitada, quando mudamos de canal assim que uma pergunta perturbadora surge, quando ficamos indignados com o mal, mas não fazemos nada sobre isso. Deus não nos perguntará se sentimos uma indignação justa, mas se fizemos algum bem".

 

"Nós agradamos a Deus", disse o Papa, mostrando amor para "os famintos e os doentes, os estrangeiros e os prisioneiros, os pobres e os abandonados, os que não recebem ajuda, os necessitados que são deixados de lado. Em seus rostos, podemos imaginar ver o próprio rosto de Jesus; em seus lábios, mesmo que apertados de dor, podemos ouvir suas palavras: "Este é o meu corpo".

 

O Papa Francisco disse a todos os que assistiram: "Nos pobres, Jesus bate nas portas do nosso coração, sedentos pelo nosso amor. Quando superamos nossa indiferença, e em nome de Jesus, damos de nós mesmos para o menor de nossos irmãos, somos seus bons e fiéis amigos, com quem ele ama habitar".

 

"Vemos a verdadeira bondade e força: não em punhos fechados e braços cruzados, mas em mãos prontas estendidas aos pobres, à carne ferida do Senhor. Ali, nos pobres, encontramos a presença de Jesus. Para nós, é um dever evangélico cuidar deles, como nossas riquezas reais, e fazê-lo não só por lhes dar pão, mas também por partir com eles o pão da Palavra de Deus, que é oferecido primeiro para eles.

 

"Amar os pobres significa combater todas as formas de pobreza, espiritual e material. E também é algo que nos faz bem. Aproximar-nos dos pobres em nosso meio tocará nossas vidas. Isso nos lembrará o que realmente conta: amar a Deus e ao nosso próximo. Só isso dura para sempre, tudo o mais passa".

 

Saudando dezenas de milhares de peregrinos na Praça de São Pedro após a Missa, Francisco recordou que o Beato Solanus Casey, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, foi beatificado em Detroit ontem. Do Padre Casey, ele disse: "Ele era um discípulo humilde e fiel de Jesus, e ele se distinguiu por seu serviço incansável aos pobres. "Francisco orou para que seu testemunho ajudasse os sacerdotes, religiosos e leigos "a viver com alegria o vínculo entre o anúncio do Evangelho e o amor aos pobres", como aconteceu em Roma e nas dioceses de todo o mundo ontem.

 

 Ele concluiu com estas palavras: "Espero que os pobres sempre estejam no centro das nossas comunidades, não apenas em ocasiões como esta, mas sempre, porque estão no coração do Evangelho, e nelas nos encontramos com Jesus que fala para nós e nos interpela com seus sofrimentos e suas necessidades".


America - Tradução: Ramón Lara

 

Fonte: http://domtotal.com

 

 

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