Violência contra a infância, uma urgência de conversão

Cuidar das crianças, além de um apelo ético fundamental, é imperativo a todos e todas que se pretendem seguidores de Jesus ou minimamente humanas.

09 de Junho de 2017

 

O último dia 04 foi dedicado, mundialmente, às crianças vítimas de agressão. Apesar de a data não ter grande apelo popular, o tema é urgente e não pode ser ignorado. O drama da violência contra a infância é real: milhares e milhares de crianças são marcadas por toda a vida, vítimas da agressão, em muitos modos, por parte dos adultos que deveriam zelar por elas. Aos cristãos e cristãs, e aos homens e mulheres de boa vontade, esse tema não pode ser minimizado ou excluído. Cuidar das crianças, além de um apelo ético fundamental, é imperativo a todos e todas que se pretendem seguidores de Jesus ou minimamente humanas.

 

O zelo para com as crianças não deve estar restrito àquelas de nosso círculo familiar. É necessário um cuidado estendido à infância em geral, como numa rede de pessoas que se apoiam e que se cuidam, num verdadeiro processo de humanização de todos e todas, sobretudo daqueles e daquelas que são mais vulneráveis. Não basta a indignação ante as notícias de violência contra crianças, é preciso que nos envolvamos, de modo eficaz, na busca pela erradicação de todos os tipos de agressão que acometem os pequenos.

 

O primeiro artigo de nossa matéria, Deixemos vi(ve)r as Crianças e Adolescentes, da mestranda em Ciências da Religião, Cláudia Danielle de Andrade Ritz, traz uma importante leitura da realidade da violência contra a infância e a adolescência. Remetendo-nos ao Mapa da Violência de Crianças e Adolescentes no Brasil, de 2012, a autora esboça um panorama da violência, chamando a atenção para o apelo evangélico de cuidado e proteção às crianças e adolescentes.

 

Partindo de um olhar sobre a fala de Jesus em relação às crianças, o segundo artigo, Não ser pedra de tropeço para os pequeninos, de Teófilo da Silva, reflete sobre a violência contra a infância, sobretudo a sexual. No artigo, abordamos o tema da pedofilia, dentro da discussão a respeito da violência sexual contra menores, ressaltando alguns elementos que desautorizam a imediata associação entre violência sexual e pedofilia, sem tirar a gravidade das duas realidades.

 

Por fim, ampliando a discussão para um tipo de violência que extrapola as concepções mais usuais, o terceiro artigo, Adultecimento como violência contra a infância, de nossa autoria, chama a atenção sobre o fato de as crianças serem impedidas de viverem a infância, por demandas próprias de adultos. No artigo, o autor reflete sobre a importância de os adultos fazerem o caminho inverso: sem adultecer as crianças, tornarem-se, eles próprios, crianças, tal como aconselhou Jesus.

 

Longe de dúvidas, tal questão chama a todos e todas a uma postura de conversão, no respeito à infância, de modo autêntico e profundamente humanizador!

 

Boa leitura!

 

 

 

*Felipe Magalhães Francisco é doutorando em Ciências da Religião, pela PUC-MG, e mestre e bacharel em Teologia, pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia. Articula a Editoria de Religião deste portal. É autor do livro de poemas Imprevisto (Penalux, 2015).

 

 

Fonte: http://www.domtotal.com

 

 

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